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Cartagena de las Índias

  • ctbretas
  • 30 de set.
  • 10 min de leitura

Mais uma reunião com o grupo de amigos da república de estudantes. A famosa "Caverna Country”, criada durante a faculdade de medicina, partia para novas descobertas no final do ano de 2014. Eu, Batata, Fidel, Galinha, Orelha e Chileno juntos, em outras aventuras.

Tudo combinado, imaginava eu, tudo pronto para a partida. Bagagem arrumada com meu mochilão de sempre. Os colegas costumam levar malas regulares. O grupo de Petrópolis sairia junto. Recebo o telefonema do Batata avisando que estaria saindo de casa. Desci para esperá-lo na portaria do meu prédio. Ainda teríamos que passar na casa do Fidel para daí sim, começarmos a descer a serra e deixar o carro na sogra do motorista de plantão, o Batata, no bairro do Humaitá. Dalí iríamos de taxi para o aeroporto Tom Jobin encontrar o pessoal que mora no Rio. Chileno iria direto de Santiago para a Colômbia.

Batata chega, entro no carro e ele me comunica que o Fidel não sabia que viajaríamos naquele dia. Como assim, pergunto eu? Como o voo era na madrugada do dia 02, ou seja, no dia seguinte ao dia de hoje, 01, ele não se tocou que teríamos que descer na véspera. Achou que iríamos na noite do dia 02. Sabe aquela confusão de quem vai viajar dia 02 às 2:00h da manhã? Criou a confusão de que iria no final do dia 02 para dia três. Coisas do Fidel que esqueceu que o dia troca à meia noite. Assustou quando recebeu a ligação de que estaríamos passando em minutos para pegá-lo. Nem a mala ele tinha arrumado. Pelo menos deu a sorte de estar em casa, porque poderia estar fora, até mesmo trabalhando e não teria embarcado naquele dia.Isso foi ótimo porque ele conseguiu arrumar a mala e ficar pronto para viajar em menos de meia hora, provando que a enrolação nesse ato sempre é da mulher. O Fidel, que é um cara enrolado ao extremo, conseguiu se organizar sem a sua esposa, que não estava em casa naquele momento, e partiu. Ponto a favor dele.Num voo com escala na Cidade do Panamá e saindo de madrugada, só com muita alegria e cerveja em nosso encontro no aeroporto do Galeão. A sensação das histórias foi o erro do Fidel, que acabamos de contar. A sacanagem que havia começado ainda na descida da serra de Petrópolis, só aumentou quando os demais souberam do ocorrido.Na Cidade do Panamá, onde ficamos por cinco horas dentro do aeroporto, tem um free shopping grande mas sem muitas lojas boas. Só o Galinha e o Orelha, compradores compulsivos, se divertiram nessa hora. Não importa onde estejam, estarão sempre comprando algo. Eu acabei comprando um chapéu Panamá, por solicitação da Andréa, minha esposa. Fui obrigado a carregá-lo com o maior cuidado, durante a viagem inteira, para não amassar o dito cujo. Me sacaneavam o tempo todo. Tudo meu vai sempre meio bagunçado dentro da mochila, mas o chapéu não amassava de jeito nenhum.Já chegamos em Cartagena com um sol maravilhoso que se perpetuou por todo o período da viagem com dias lindos e quentes. Orelha tinha resolvido contratar um transfer do aeroporto para o hotel. Além de ficarmos esperando no aeroporto por um período longo, não couberam todas as malas no bagageiro do carro. Acabou todo mundo apertado nos bancos com algumas malas no colo. Pior, ainda pagamos mais caro do que se cada um fosse sozinho de taxi normal que fica na frente do desembarque... Coisas da organização automotiva do Claudinho Orelha que já tinha dado problema na viagem ao Chile, no ano anterior.Chegamos no hotel e o Chileno estava na portaria, esparramado no sofá, nos esperando. Veio de Santiago em outro voo e chegou horas antes. Já tinha feito o check in e preparado a nossa chegada, inclusive com cervejas no freezer do quarto. Um apartamento de dois quartos, sala e dois banheiros, com todo mundo junto, uma farra. Hotel em frente à praia. Ficamos na area nova da cidade, na península, com vários hotéis modernos, ótimos restaurantes e bem perto da parte histórica da cidade.Almoço de abertura dos trabalhos com muita cerveja e reconhecimento das redondezas, com ida ao Cassino e tudo mais. 

Muito engraçado foi a história do Chileno em conversa com o taxista que o trouxe do aeroporto. Quando soube que estaríamos em seis homens, ofereceu-se para nos levar numas boates da cidade. Segundo ele, boates com meninas lindas que com um "agrado", nos chamariam de "papito". Isso viralizou em nossas conversas, um chamando o outro de papito o tempo todo. 

Enchemos a geladeira do quarto com cervejas e petiscos, mas claro, sem faltar a Coca-Cola para o Batata. 

Durante todos os dias fomos passar o entardecer na piscina do hotel fazendo nosso Happy Hour. Com um calor infernal, tomávamos cervejas, drinks e aproveitávamos muito a piscina. Tudo isso sem falar no lindo pôr do sol. Já era rotina contemplá-lo na área mais alta do hotel já que estávamos com visão total do mar.Na primeira noite, fomos jantar na Cidade Murada, bonita e majestosa com sua iluminação amarelada e com ótimos restaurantes. Orelha pesquisava a toda hora o que o TripAdvisor indicava para a área  em que estávamos. No primeiro dia na Colômbia jantamos num restaurante maravilhoso, comida fantástica, porém um lindo e excelente restaurante peruano...

Na primeira madrugada, meu despertador tocou às 4:30h, com toda intensidade para me lembrar de correr na rua. Acordou todo mundo. Estava num fuso horário errado e, por isso, era mais cedo que o normal. O mais engraçado é que eu, de tanto sono, não sabia o que estava acontecendo. Durmo como uma pedra e demorei a desligar. Provoquei um despertar geral. Também virou “meme” esse fato. Pior que no outro dia o despertador do Fidel tocou, pelo mesmo motivo. Que desastre!

Como o dia clareava às seis da manhã e o sol ficava até às vinte horas, a maior parte do tempo estávamos acordados. Mas cedo mesmo só eu para correr na rua. Às sete horas da manhã já estava uma temperatura variando entre 28 a 32°graus, dificultando bastante a minha rotina de corrida. Ainda assim, valia a pena porque sempre conhecia lugares diferentes correndo pela península em ruas vazias.

Resolvemos pegar um sightseeing, ônibus turístico, e fomos conhecendo a cidade. Antes tomamos café da manhã numa lanchonete ao lado do hotel, mas foi tão enrolado que quase desistimos. Enrolamos até as atendentes, de tantas coisas solicitadas pelos seis. O local, sem nenhuma estrutura para tal, não deu vazão. Depois desse transtorno, virou rotina tomarmos o café da manhã no Café Valdez, um tipo de franquia que vendia café colombiano em cada esquina da cidade.  

A primeira parte do passeio foi pela península, que eu já havia conhecido durante a minha corrida pela manhã. Muito bonita porque uma parte era o mar e a outra a Baía de Cartagena. Prédios e hotéis super modernos e bonitos. Essa parte da cidade é a da população de melhor condição financeira.Passamos pela porta da Base Naval, Cidade Murada, pelo porto e mais outros pontos turísticos. Fomos conhecer o Castillo San Fellipe, uma construção muito interessante. Um forte militar para defender a cidade na época de domínio espanhol, com vários túneis internos e uma visão total da cidade. Bem bonito. Duro foi chegar no alto do castelo. Muitas escadas e rampas para no final só ter cerveja Águila quente no bar do alto do forte. Tiramos muitas fotos nesse ponto turístico e sacaneamos muito um ao outro por causa das merdas que cada um fazia durante o caminho até o topo. Depois voltamos a pegar o ônibus de turista e paramos na entrada da Cidade Murada novamente. Passeamos bastante, tiramos fotos das casas coloridas típicas com sacadas floridas em ruas estreitas. O que mais chamou atenção foi almoçar num restaurante com uma comida maravilhosa e mulheres lindas demais. Eram clientes como nós, mas só tinha mulher bonita naquele local e em mesas de diferentes grupos.À noite, depois do nosso happy hour na piscina do hotel, saímos com a intenção de jantar num restaurante no porto, com o nome de Muelle. Saímos andando do hotel e o Batata, já cansado, aporrinhava em cada esquina que passávamos querendo ir de taxi. Fomos falando que era perto, mas andamos muito. O pior de tudo, chegamos ao restaurante e estava fechado naquele dia. O Batata quase matou a gente de porrada porque estava cansado e com fome. Decidimos continuar andando mais um pouco e jantar num excelente restaurante na Praça de San Pedro Claver, na Cidade Murada.

Batata descobriu uma interessante limonada de côco. Realmente muito gostosa. Só bebia isso nas refeições, uma vez que não é adepto de bebida alcóolica. Sempre dividíamos a conta e o Batata pagava menos porque não bebia nem cerveja e nem vinho. Depois de alguns dias, descobrimos que a porra da limonada de côco era mais cara que qualquer cerveja bebida por nós.

Nós não saíamos do hotel sem ter vários vendedores de óculos falsificados na porta. Com um preço nada barato e, ainda por cima, fakes. Insistiam para que comprássemos. Torraram tanto o nosso saco falando portunhol e dizendo conhecerem a rua 25 de Março em São Paulo, que o Fidel, no fim da viagem, acabou convencido por um deles e comprou. Até que era bonito, mas muito porcaria.

Tiramos um dia para ir a Ilha de Baru, local que pelas fotos era paradisíaco. Ao chegarmos no porto da cidade para pegarmos a lancha de turismo, percebemos que era uma embarcação pequena e o Fidel estressou porque detesta andar de barco. Reclamou muito, mas entrou e colocou o colete salva vidas. Começamos o passeio. Passamos pela bela baía de Cartagena inteirinha e, na saída, avistamos uma construção linda que era o Forte de San Fernando de Bocachina. Continuamos num dia radiante de sol e de mar flat até chegarmos na Ilha de Baru. Passamos por praias realmente diferenciadas. Areia branca que refletia com o sol e um mar de cor maravilhosa. Chegamos no local que serviria de base durante o passeio, Isla Paradiso. Antes do almoço fomos fazer snorkel numas ilhas mais ao sul, num arquipélago maravilhoso, conhecido como oceanário Isla del Rosário. Vimos corais lindos e muitos peixes coloridos. O que destoava muito era um barco aleatório tocando uma música latina alta demais, quebrando todo o clima de beleza e paz do local. Eu e Galinha rodamos o trajeto todo mergulhando com um grupo de turistas e a nossa sorte foi que o barco rodeou o arquipélago indo nos buscar do outro lado dos corais. Voltar à nado seria desesperador. Estávamos exaustos. Os outros “bichonas” ficaram no barco batendo papo.Almoçamos na Isla Baru e à tarde saímos de volta para Cartagena. O mar mudou totalmente. Batia muito e a pequena lancha jogava para os lados e para o alto. Os marinheiros inclusive trocaram pessoas de lugar para melhorar o equilíbrio da lancha. Fidel estava totalmente transtornado. De forma inédita, se mantinha totalmente mudo. Nunca gostou de barco. Segundo a lenda, largou a carreira de médico na Marinha por causa disso. Mesmo antes da viagem, reclamou muito desses passeios de barco que já tínhamos programado. Ao entrarmos na área da baía de Cartagena, tudo melhorou e chegamos tranquilos ao porto, para alivio do Fidel.

Ainda fomos andar na Cidade Murada, como sempre. Deu até para um bate boca acalorado entre mim e um vendedor de camisas de futebol. Uma discussão sobre quem era melhor: Neymar ou James Rodrigues, craque de futebol da seleção daquele país.No dia seguinte, alugamos um carro grande e fomos para Playa Blanca. Uma praia lindíssima, paradisíaca, bem caribenha, com águas azuis super claras e areia absurdamente brancas. A viagem, mesmo sem ser de barquinho num mar agitado, foi com muita emoção. Eu tinha um mapa no iPad e o Orelha usava o gps do celular. Fomos saindo da cidade, pegando vias e estradas e, em determinado momento, entramos numa favela absurda. Quanto mais andávamos, mais nos afundávamos no estranho local, com ruas de terra, esburacadas e com lama, chegando inclusive a entrar numa rua sem saída que nos levou ao portão de um cemitério. Demos a volta e, olhando meu Ipad, no "maps me", saímos daquele emaranhado dobrando umas duas ou três ruas, e alcançamos a estrada. Por fim, novamente o caminho para a praia. Salvos pelo meu mapa. Passamos por uma moto em que o carona segurava um facão enorme, coisa do mal mesmo.Finalmente chegamos e, aquela visão da praia, realmente foi um show. Uma areia branca de fechar os olhos pelo reflexo causado pela claridade e uma água azul maravilhosa. Ali sim nos sentimos no Caribe. As praias da cidade não tinham essas características. De cara fomos cercados por muitos vendedores de bebidas e de almoços querendo que ficássemos na área delimitada para cada um. Fomos andando e procurando um melhor lugar. Ficamos onde achamos melhor. De repente, várias mulheres nos cercaram e ficaram aporrinhando. Bem feias, por sinal. Queriam ganhar uma grana para fazer massagem em nossas pernas e nas costas. Torraram tanto o saco a ponto de eu e Galinha deixarmos fazer massagem nas pernas, mas sem pagar nada. Mesmo assim, elas fizeram. Na hora do almoço, o cara trouxe uma lagosta grande, muito bonita, para cada um. Foram destroçadas, literalmente. Na conta, quase cinquenta cervejas no total... Ainda bem que o Batata não bebe.À noite, como ainda estávamos de carro, o Chileno resolveu nos levar à La Boquilla, local próximo a Cartagena. Após o jantar, saímos pelas ruas com o gps do Orelha e Batata. Novamente estávamos dentro de outro favelão, perto do aeroporto, perdidos e sem conseguir achar a saída. Ruas estreitas, iluminação fraca, amarelada, com alguns grupos de jovens nas praças e quadras esportivas pelo caminho. Ficamos de sacanagem, mas receosos, rodando um bom tempo. A saída não aparecia e começamos a ficar estressados. Por fim, conseguimos achar. Orelha, petista de carteirinha, se sentia na comunidade, mas também queria estar longe dalí, até mesmo porque à noite, fica tudo muito mais complicado. Nem chegamos no local desejado antes dessa aventura. Voltamos para Cartagena bem antes do esperado, mas pela avenida litorânea, com toda segurança...No último dia, fomos à praia na frente do hotel mesmo. Tinha uma estrutura super arrumada, com bar, cadeiras e barracas na areia. Muita organização. Mesmo assim, umas mulheres horrorosas ofereciam as tais massagens. Isso é uma febre naquela região. O mais engraçado foi que uns aproveitadores que querem te vender de tudo na praia, quando nos viram, chegaram perto de nós e começaram: “querem guarda sol? cerveja? cadeiras de praia? andar de jet ski? aperitivos? peixe assado? drogas?? Quando avistaram umas meninas, logo saíram com essa: “querem elas? eu também providencio isso”. Foi uma gargalhado só.

Um local visitado, também muito bonito e interessante foi o Convento de la Popa. Trouxe belas recordações por ser um convento dos padres da Ordem Agostinianos Recoletos, do mesmo grupo do colégio que estudei a vida toda, no Rio de Janeiro. Um lugar que ainda te oferece uma vista lindíssima de toda a cidade. Lá o Papa se hospedou durante sua visita à cidade.

No almoço, fomos num restaurante muito bom chamado de Boka. Batata pediu um Tbone que parecia um almoço de carne de dinossauro dos Flinstones. A carne mal cabia no prato e era um corte muito alto, mais de um palmo de osso de altura. Engraçado, mas um excelente restaurante. No final da tarde, após passeio pelas ruas da cidade, museus, praças e bares, fomos ver o pôr do sol na Cidade Murada, no bar Café del Mar que, realmente, confirmou a fama de ser o pôr do sol mais lindo de Cartagena. Impressionante a quantidade de gente que se acumula no bar esperando aquele céu alaranjado com o sol caindo ao fundo no mar.No dia seguinte, fizemos compras pela manhã, principalmente pedras da região em joias muito bonitas e bolsas coloridas típicas da Colômbia. Essas bolsas tem um fato digno de nota. Fidel sempre mandava fotos para Valéria e suas filhas a fim de saber qual levar. Isso durou alguns dias. Só comprou no último dia. Na loja de pedras a vendedora fechou a loja para que o Galinha pudesse escolher com paciência e exclusividade. Sempre ele... Fomos embora para o aeroporto em vários taxis normais dessa vez. Bem mais barato que o transfer escolhido na chegada. Fim da nossa aventura, e já programada a do próximo ano; Patagônia Argentina.




 
 
 

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