Pampas Uruguaios
- ctbretas
- 29 de ago.
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Após comemorar o aniversário de 23 anos do meu filho, Lucas e de uma boa vitória do Flamengo por 4x1 sobre o Bahia, no Brasileirão, nada melhor do que iniciar a viagem anual com meus irmãos da Caverna Country.
Agora seria a vez de rodarmos pelo Uruguay, praias e interior, pastos gigantescos e muitas vinícolas.
Aqui já começamos com um imprevisto.
O querido Fidel, comunicou-nos que não poderia ir no mesmo voo que os demais por problemas de trabalho.
Acreditamos mais que tenha sido pelo campeonato de bicudos, sua maior especialidade, depois das Valérias da sua vida. Mesmo assim, ficou de viajar no meio de semana e aproveitar os dias restantes.
Pelo roteiro pré definido, estaríamos em Montevideo.
No dia da partida, eu e Batata sairíamos de Petrópolis juntos. Ainda fui ao consultório dar um laudo para o paciente entrar com um pedido no INSS, isso às 8h da manhã. Às dez estava na portaria do prédio esperando pelo nosso almirante, e pelo táxi. Claro que novamente contactei a Talita, taxista, para nos levar ao aeroporto do Galeão. Sempre pontual e simpática, a mesma encostou em frente ao meu prédio. A minha mulher, Andrea, estava voltando do seu estúdio de fotografia e, olhando a morena, perguntou quem era a modelo. Depois, me mandou uma mensagem (eu ainda no “taxi”), falando que estava marcando o cirurgião plástico para uma repaginada... rsrsrsrsrs
Chegamos no Galeão, despachamos a bagagem e, logo depois, apareceram Orelha e Galinha, sendo que o nosso irmão “petista” tinha feito uma oferta à Latam e iria na classe executiva. Passou na sala VIP, tomou duas taças de vinho branco e embarcou sem passar pela fila. Bem ao estilo proletariado petista, que ele tanto prega.
Antes do embarque, já recebemos o aviso pelo WhatsApp de que o Chileno havia aterrissado em Montevideo e nos esperava na saída da Alfândega.
Viagem tranquila, com uma criança chorando a viagem toda nos nossos ouvidos. Ao chegar em Montevideo, encontramos o Chileno no saguão. Fomos pegar o carro alugado pelo Galinha e, a primeira surpresa: o carro alugado era uma van Volkswagen. Nos entregaram apenas um similar chinês. Um carro muito ruim mas, pela quantidade de gente e mala, foi satisfatório. Galinha reclamou a viagem inteira sobre o fato de ter alugado um carro excelente, ágil, espaçoso, potente e nos ter sido entregue uma porcaria de origem bastante duvidosa.
Pegamos aquela van branca que, pela quantidade de médicos dentro, parecia até mesmo uma ambulância e partimos para Colônia de Sacramento. Muitos kms de estrada, carro ruim, mas uma paisagem muito bonita. Já chegamos à noite e, depois de nos alojarmos, fomos jantar, afinal de contas, era hora de começar a degustar as carnes e os vinhos uruguaios.
No dia seguinte, acordamos e fomos conhecer a parte velha e cultural de Colônia de Sacramento. Muito linda e harmoniosa, inclusive o porto da cidade. O vento era forte e estava frio prá cacete. As ondas que se formavam no Rio da Prata impressionavam pelo tamanho. Passeamos, fotografamos muito e depois fomos atrás da minha indicação de visitar Carmelo, a setenta quilômetros de Colônia. Trajeto muito lindo, fazendas enormes, muitas vacas, bois e ovelhas. Nenhuma montanha no circuito. Fomos almoçar numa vinícola, Campotinto, que tinha instalações maravilhosas, vinhos fantásticos e, principalmente, uma comida de primeira. Só acabamos saindo de lá no final da tarde correndo para Colônia novamente.
Na saída de Colônia, uma coisa interessante é ver os quilômetros de estrada com Palmeiras enormes, alinhadas nas duas laterais da pista, parecendo Miami. Vegetação nada ligada à área e, com certeza, imposta pelo homem. Não descobrimos o motivo...
Agora, rumo a Punta del Leste, passando por fora de Montevideo, pelo estádio do Peñarol e por trás do aeroporto. Fugindo do tráfego agitado do centro da cidade.
Paramos num posto porque o Batata começou com seus sintomas prostáticos. Abastecemos o carro e o Galinha foi fazer shopping numa loja de conveniências. Orelha disse que havia dado a chave do carro ao Chileno, afirmando, inclusive, o momento exato. Ninguém tinha certeza, mas ele continuava convicto. Até saímos do carro para uma busca total quando então avistamos a chave no chão, dentro do carro, no pé do próprio Orelha. Foi aquela sacanagem total. A idade começa a fazer estragos no grupo...
Chegamos a Punta del Este e a riqueza e beleza dos prédios e casas impressionou bastante. Como era fora de temporada e meio da semana, parecia uma cidade fantasma. Outra coisa que impressionou foram os ótimos restaurantes que existem na cidade. Fomos a vários.
Visitamos a Praia de José Ignacio e seu farol. No caminho, casas maravilhosas em frente à praia e também nas ruas paralelas impressionaram muito. No caminho, passamos por uma ponte super estranha que, ao invés de ser reta, tinha aclive e declive, duas vezes. Conhecida como ponte da Barra.
O resto do dia foi passeio para o Galo e Orelha fazerem compras, prá variar, e piscina aquecida no final da tarde no nosso hotel. À noite fomos conhecer os "caídos" cassinos da cidade. Não ganhamos porra nenhuma, mas sem gastar nenhuma grana porque não apostamos nada.
Sol a pino e todos rumo ao centro da península novamente. Novas compras do Galo e, depois, Ponta Ballena, mas sem nenhuma chance de avistar o animal, no caso, a baleia. Pela época da visita, elas se encontravam mais nas águas quentes do Brasil. Próximo ao local, visitamos a Casa de Puebla, um museu muito interessante que nos fez imaginar estarmos na Grécia pelo tipo de construção, a cor branca, a vista para o mar e por estar num penhasco lindo. Uma visita imperdível prá quem vai à região.
Voltando para almoçar no porto da cidade, ainda fomos avistar leões marinhos que ficam na beirada das lojas, sempre à espera de um peixe que sobre para eles. Também impressionou bastante os preços muito baratos dos peixes e frutos do mar nas peixarias locais.
Nesse momento, o imprevisto. O nosso motorista, Galo, esqueceu o farol ligado e a bateria arriou. Mesmo tentando pegar no tranco, com todo mundo empurrando, não conseguimos e fomos obrigados a chamar o socorro da Álamo. Até a bateria da van era fraca. Que carro merda.
Um fato que nos fez dar bastante risada foi que Orelha e Batata compraram chips de telefone que não funcionavam e, agora, além do telefone, estaríamos sem carro também. Ou seja, brasileiros, os espertos, passados prá trás na cara dura. Mas logo resolvemos os problemas descritos acima.
Já era hora de irmos a Montevideo. Realmente uma cidade muito linda e aprazível. Fomos recebidos por um belo sol e sem vento, o que é raro nessa época do ano. Parecia estarmos andando nos bairros do Flamengo, Catete e Laranjeiras, com suas ruas pequenas, arborizadas e calmas. Avenidas bonitas, onde o fluxo de carro anda bem, além das ramblas que são na frente das praias e proporcionam um visual de impressionante beleza.
Almoçamos no agitado Mercado do Porto, local tradicional, mas com comida discutível. Não foi uma boa experiência. À tarde demos uma caminhada pelo centro velho e, acabamos descansando, por termos viajado o dia todo desde Punta del Este. Na saída do almoço, um flanelinha pediu dinheiro. Mas acontece que ele não estava lá quando chegamos e o Batata não quis pagar. Quase arrumamos briga no local. Aproveitamos para tentar trocar o carro na locadora. Além de não ter outro para fazermos a troca, Galinha ficou puto quando um funcionário disse que o carro que ele tinha alugado pela internet, não existia no Uruguay.
No dia seguinte, fomos turistas, andando pelos pontos importantes da praça Independência, praça da Constituição, rua Sarandi, teatro Solis e vários outros lugares interessantes. Estávamos fazendo hora para pegar o Fidel no aeroporto. Sim, ele não conseguiu vir na primeira leva conosco, mas se esforçou para fazer uma parte do trajeto da viagem. Antes de irmos buscá-lo, algo muito interessante merece registro. Fomos almoçar numa cervejaria no centro da cidade que não tinha cerveja.
Nesse passeio também uma pequena discussão aconteceu quando o Batata, com o seu waze, falou para o Galo, que dirigia a van, virar à direita mas sinalizou com a mão para o lado esquerdo. Ou seja, perdemos a entrada e a rota.
No aeroporto, estávamos sentados quando despontou, na porta da Polícia Federal, o Fidel. Todo marrento, como sempre, peito estufado e cara amarrada, passou por nós sem nos ver e ficou parado com os braços cruzados olhando para a saída do salão de desembarque. Mala no chão. Ao notarmos isso, já que ele só olhava fixamente para a porta, Batata, Galo e o Chileno ficaram feito sombras, nas costas dele, com os braços cruzados. Eu fotografando. Rimos muito da brincadeira depois que ele percebeu a fila atrás.
Único dia de chuva na viagem. E como choveu. Um vento característico de um Minuando uruguaio mas que não foi suficiente para nós parar. Partimos para visitar e degustar na Botega Bouzas. Aulas à parte, uma degustação chinfrin demais. Mas um almoço soberbo, salvou o passeio. Também as fotos ficaram excelentes porque o local é muito bonito.
Ainda tentamos ir na Bodega Stagnari mas, para nossa surpresa, estava fechada, em pleno sábado. Mesmo assim, valeu belas fotos. Depois fomos passear no centro velho, já que o Fidel não tinha ido na nossa visita anterior e, novamente almoçar no Armazém do Porto. Outro restaurante, indicação do Orelha, citado como ótimo no TripAdvisor, mas outra decepção.
Fomos ao estádio Centenário e visitamos o Museu do Futebol, no próprio estádio. À tarde, dia de Disneyland para Galinha e Orelha. Visitamos um shopping e os caras se acabaram nas compras.
Aproveitamos a última tarde de viagem andando nas ramblas, o que foi muito bom. Interessante notar a cultura dos uruguaios. Os grupos, de qualquer idade, se juntam para conversar e tomar o mate, sempre com a cuia e a garrafa térmica, totalmente diferente da minha época de Rio de Janeiro em que as pessoas ficavam tomando chopp no calçadão.
À noite, já o tradicional jantar de despedida num ótimo bistrô onde a diversão não acabava. Fomos os últimos a sair e olha que teríamos de acordar cedo para devolver o carro e pegar o voo de volta às dez e meia.
No free shopping, aproveitei para acabar com meu dinheiro uruguaio, enquanto Galinha fazia quase um supermercado. Brincamos muito com ele porque antes do embarque, ele foi ao banheiro e, como demorou muito, perguntei se estava comprando alguma promoção por lá. Ainda teve que ouvir que poderia completar sua listinha no free fingers, a caminho de entrar no avião. Mesmo com as brincadeiras, ele já sonhava com o free shopping no aeroporto do Rio.
Agora é esperar o próximo ano..

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