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Reino Unido

  • ctbretas
  • 23 de dez. de 2024
  • 17 min de leitura

Atualizado: 3 de jan.

Outro sonho era conhecer o que a Rainha tem de tão maravilhoso e, por que reina por lá, como uma deusa. Saímos do Galeão rumo à Paris mas, dessa vez, sem nem sair do aeroporto Charles De Gaulle. Tinha um período para escala de quatro horas de espera e, por isso, posso dizer que conheço todo o terminal internacional em seus mínimos detalhes. 

Aqui aconteceu algo inusitado. Devido ao cansaço após cruzar o oceano Atlântico acrescido do tempo de escala para pegar o voo para Londres, Andrea perdeu toda sua majestade. Melhor, acho que preferiu esperar para usá-la ao chegar à Inglaterra e acabou dormindo no carpete do chão do aeroporto. Claro que foi devidamente fotografada para ficar nos anais de nossas viagens, já que perdeu a pose de rainha classuda de sempre.

Chegamos a Londres no começo da tarde. Sair do aeroporto de Heathrow é muito fácil, mesmo com a nossa opção via metrô, inclusive, por se tratar de um final de semana. O acordo de todas as nossas viagens é de que cada um leva a sua bagagem e, com isso, eu quase sempre tenho as mãos livres, enquanto Andrea tem que ter carrinho para bagagens. 

A dificuldade apareceu para comprar os ticktes do metrô na máquina. Usar o cartão de credito acabou por me complicar. Depois de algumas cabeçadas, como qualquer turista, resolvemos o problema e, literalmente, começamos a viver a Inglaterra. 

Era um sábado, depois do almoço, e eu esperava que fosse fácil pegar o metrô e chegar ao nosso hotel, bem próximo da estação Victoria, no centro turístico da cidade. Londres pode ser considerada totalmente turística. Havia pouca gente no trem mas, por ser sábado, algumas linhas estavam fechadas para manutenção. Tivemos que trocar de trem após algumas estações. Aí começaram os problemas com a bagagem da Andrea. Ela não conseguia carregar todas as malas para subir os lances de escada. Lá vou eu ajudar e reclamar do excesso de bagulhos que ela, como sempre, traz nas viagens. Chegando na estação desejada, a estação Victória, pior ficou, porque a escadaria era muito maior e o sacrifício foi enorme para chegar lá em cima. Sorte que o hotel ficava a duas quadras apenas da estação e chegamos rapidamente. Uma casa tipicamente inglesa, estilo vitoriano, de três andares, com seus vasos floridos nas janelas. O problema é que chegamos tarde e só tinha um quarto livre, no porão, literalmente, abaixo do nível do chão. Por mim nada de anormal, mas dava uma sensação ruim. Combinamos, depois de algumas conversas com o hoteleiro, que no dia seguinte iríamos mudar de quarto e tudo ficaria resolvido. Realmente naquele final de semana estava tudo cheio.

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Saímos para passear, afinal de contas, eu não paro quando estou viajando. Fomos até o Hide Park, perto de onde estávamos hospedados. O stress começou porque Andrea estava cansada e queria recuperar-se da viagem acabando assim com o meu passeio. Isso muitas vezes acontece, já que pra mim o descanso é apenas quando eu durmo, no final da noite.

No domingo, acordamos cedo e já saímos para ver a troca da guarda no Palácio de Buckingham. Chegamos e já estava lotado, mas pegamos toda a linda cerimonia. E bem próximo do portão de entrada do Palácio. Uma maravilha as tropas marchando. O  povo realmente vibra com a evolução da marcha. Depois passeamos pelas redondezas do palácio, suas ruas e vielas, com a cavalaria real cruzando nossos caminhos a toda hora pelo The Mall. Era um prazer estar em Londres.

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Agora acredito nos problemas que muitas vezes ocorrem com os turistas pelo trânsito correr em mão trocada. É totalmente estranho você ter que olhar para atravessar a rua pro lado contrário, diferente do que você faz rotineiramente no seu país. Eu, algumas vezes, tomei sustos por ter esquecido, ou mesmo ter feito a travessia mecanicamente, correndo risco de ser atropelado. A sorte geral é que tudo corre de uma forma muito organizada. As ruas no centro da cidade são estreitas, o que não deixa os veículos transitarem em alta velocidade, somente nas vias expressas. Mesmo assim, a atenção é o que não pode faltar aos turistas pedestres em Londres.

Chegamos na National Gallery e, dalí, entusiasmava ver, ao longe, o Big Ben, imponente. Resolvemos passear, primeiramente, pelo lado mais edificado, o Leicester Square com seus teatros e, depois, Picadilly Circus. Nesse local, muitas loucuras são vistas como o Museu que eu chamo Dos Exageros, tal as coisas que se apresentam. A loja dos M&M’s, além de outra com tudo de souvenires que você pode querer levar de recordação dessa cidade. Continuamos a andar por St. James, passamos pelo parque com o mesmo nome até chegarmos a deslumbrante Catedral de Westminster. No horário que passamos estava fechada, então resolvemos deixar para outro dia a nossa visita. Ao seu lado, o Parlamento imponente e de linda construção, nos levou, consequentemente, a muitas fotos no local.

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Pelo outro lado, demos de frente com o Big Ben e, atravessando a Westminster bridge, chegamos a famosa roda gigante, conhecida como London Eye. Impressionante a quantidade de restaurantes que existe nessa área. Quase todos com o famoso e sem graça fish&chips inglês. Em compensação, a cerveja vale muito a pena. Dali, saímos para o Covent Garden. Me arrependi de ter almoçado aquele peixe sem graça perto do rio Tamisa quando vi as comidas desse local. Vários bares de qualidade. Estavam fazendo uma paella no centro do corredor, numa panela enorme que, pelo cheiro no local, deveria estar inesquecível. Andamos até chegar no British Museum, mas antes passamos pelo Royal Opera House. Uma coisa muito legal em Londres é a existência de vários museus de graça, um estímulo muito grande para a cultura da população local. Esse British é realmente maravilhoso para uma visita mais demorada.

Depois, andamos feito loucos. Descemos toda a Oxford Street, com seu comercio insaciável até chegarmos no Hide Park. Impressionante foi a demora para cumprir esse roteiro. Andrea descobriu algumas lojas da Prime Market, entre outras e, perdíamos muito tempo na sua caça por ofertas.

Como andamos demais, aquela noite foi banho e cama. No dia seguinte teríamos muito mais a conhecer.

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Pegamos metro, bastante cedo, e descemos entre a maravilhosa catedral de St. Paul e a London Bridge. Subimos um monumento para ter uma visão da região, lá do alto. Só de escada foram quase trezentos degraus. Andrea me xingava muito, mas como era pela manhã, conseguiu completar toda a subida. A vista realmente valia a pena e, depois, foi só descobrir a região. Passeamos também pela Cathedral, com suas esculturas e afrescos muito bonitos. Fugimos até o interessante Museum of London e depois foi ladeira abaixo até chegarmos a Tower Bridge, passando pela London Tower antes. Cruzar o Tâmisa pela ponte é muito especial porque sua arquitetura é fantástica. Demos sorte que estava ocorrendo um evento na Tower of London. Vários militares e banda de música, além dos canhões espocando a cada momento.

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Quem conhece Londres deve imaginar como eu gosto de andar. Passamos pela prefeitura e, finalmente, chegamos ao Shakespeare’s Globe, Reconstruído exatamente como na época desse maravilhoso escritor. Conhecemos o Tate Modern e voltamos para o buchicho na parte real da cidade, cruzando a Millennium Bridge. Dalí voltamos para a Estação Victoria. Pegamos o tradicional ônibus de dois andares para nos levar até o Regent’s Park.

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Depois conhecemos a Abbey Road Studios, onde tiramos a foto na faixa de atravessar a rua que se tornou famosa pela travessia dos Beatles e capa de um dos seus discos. O mais engraçado disso é a quantidade de gente que fica fazendo pose, numa rua de movimento bastante grande, inclusive com ônibus urbanos. O inglês pacientemente para e espera o click dos grupos de turistas. 

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Ainda tivemos um dia para ir à tradicional Harrods que estava em liquidação mas, pelos preços, a liquidação era só para os japoneses/chineses e seu infinito poder de compra. Passeamos pelo Natural History Museum e pelo Sciense Museum. Inclusive, acontecia naqueles dias, uma exposição do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Royal Albert Hall impressiona pela sua imponência. Depois atravessamos todo o Kensington Garden com seu palácio residencial até chegarmos a Notting Hill. Um bairro interessante e com uma feira imperdível por toda a rua. Portobello Road, misturava lojas de roupas e barracas com comida, bebidas, de tudo um pouco. Um lugar muito aprazível e que vale um passeio. 

Na volta, passamos novamente pelo Hide Park e foi fantástico ver pessoas que sobem em caixotes ou em cadeiras, e fazem discursos para quem estiver a fim de ouvir. Pior que param várias pessoas e até saem discussões políticas. É o povo se manifestando num local público.

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Londres é simplesmente uma cidade fantástica e decidimos rearrumar o nosso trajeto de viagem. Voltar no final da mesma, para mais alguns dias. Saímos então para pegar o carro ainda pela manhã, afinal de contas, a viagem não pode esperar. Foi divertidíssimo alugar um carro em que eu, pela primeira vez, dirigia no lado direito, passando a marcha com a mão esquerda. Muito diferente daquele que estava acostumado, a vida inteira, a dirigir no Brasil. O pior de tudo eram os cruzamentos. Para dobrar à direita eu tinha que cruzar a rua, totalmente diferente do nosso hábito que dobra junto com a calçada. Outra coisa enrolada era na estrada. O lado para ultrapassagens era o lado direito, também ao contrário do nosso. No começo fui bem cuidadoso, mas algumas horas depois, já estava mais tranquilo. Talvez até por ter pegado a estrada para a belíssima cidade de Oxford. Pouco trânsito e, dessa forma, fui me acostumando com as diferenças de dirigir nesse país.

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Aí, quando você acha que já viu muita coisa sensacional na lindíssima Londres, você chega a Oxford. Seu queixo cai de novo. Sensacional. As várias universidades existentes na cidade deixam a população jovem ser maioria. Resultado? Muita alegria e música nas ruas.

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Os campus das universidades e seus prédios históricos criam um clima mágico. Descansar nas cadeiras, em grandes gramados, nos fundos dos prédios históricos, é realmente uma delícia. Imagina saber que vai ficar quatro ou mais anos naquele local, só preocupado em estudar. Outra coisa que não falta no local são pubs com muita cerveja, é claro. Difícil era sair daquela cidade. Mas, outro dia e outros locais, era nosso lema. A próxima escala era Bath mas, no caminho, passaríamos na outra atração imperdível que era Stonehenge. 

Um local realmente mágico, com pedras colocadas de forma ainda desconhecida, em círculos, há milênios, com várias suposições e nenhuma certeza. Um lugar meio mágico e de muita beleza. Pena ser um lugar turístico. Nesse dia estava bastante cheio, o que tira um pouco a beleza natural do local.

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O caminho para Bath era uma estrada vicinal maravilhosa com uma vegetação fechada cobrindo a estrada como se fosse um túnel verde em alguns lugares. Chegamos em mais uma cidade inglesa super charmosa. Conhecida por suas águas medicinais desde a época romana com construções sensacionais e muito charmosas. Passear por suas ruas históricas faz bem pra qualquer pessoa e chega a emocionar ver a Royal Crescent e o Royal Victoria Park.

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No dia seguinte, tínhamos que acordar cedo, afinal de contas, a meta era Liverpool. Passaríamos por Bristol, Newport, cruzaríamos a belíssima ponte sobre o Canal de Bristol e entraríamos no País de Gales. Aqui a ideia era visitar o Castelo de Caerphille, próximo a Cardiff mas, nem com GPS, eu consegui encontrar. Foi muito divertido porque eu colocava no GPS, mas nada ligava direto ao castelo. Decidimos, depois de rodar pela região em vão, seguir nossa rota pelo Breacon Beacons National Park. Fomos conhecendo lugares lindos, cidades pequenas, mas maravilhosas e organizadas, até chegar a grande Liverpool, já no final da tarde.

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Liverpool era uma das cerejas dessa viagem. Por tudo que sempre se falou dela, entrar na cidade com a camisa do Flamengo não teve preço. Lembrando que foi contra eles que conquistamos o título de campeões mundiais em 1981. Sua Catedral é belíssima, seu centro também e uma linda Chinatown. Inclusive, visitamos a Cavern onde os Beatles fizeram história no seu começo de carreira. Perto do hotel, rolava um festival de música, tudo a ver com essa cidade. Ficamos alí, às margens do Mersey River, tomando cerveja e curtindo uma boa música. Na saída da cidade, passamos pelo estádio tradicional do Everton onde o Brasil jogou na Copa do Mundo de 1966.

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A meta agora era a belíssima região dos lagos da Inglaterra, onde ficamos em Kendal uma pequena cidade, mas muito charmosa. Para chegar ao hotel, o GPS fazia uns caminhos complicados, estradas vicinais estreitas em que passava apenas um carro, no meio de uma vegetação maravilhosa. Cheguei até a entrar numa fazenda para pedir explicações de rota. Não declarei para a Andrea, eu estava perdido naquela hora. Mas mas valeu a pena demais. Depois de algumas entradas erradas, achamos o hotel, na estrada principal. Tinha um lago lindo, com vários pássaros e coelhos selvagens correndo no pasto. De madrugada, tocou o alarme do hotel. Custei a perceber o que estava acontecendo. Sim, eu tenho sono pesado. Ao abrir a porta, vi todos os hóspedes saindo por causa de um suposto incêndio. Como eu não tenho hábito e nem somos treinados para essas situações, saí de bermuda, camiseta e tênis sem meia. O frio que fazia na madrugada de abril era insuportável. Os bombeiros não me deixavam voltar para pegar um casaco porque ainda não tinham feito toda a vistoria. Passei muito frio e depois descobriram que era alarme falso...

Passear pela região dos lagos na Inglaterra não é  muito estimulado pelas agências de turismo brasileiras, mas é imperdível. Locais lindos, lagos enormes, passeios de barcos e trilhas ótimas, além de cidades aprazíveis e uma comida maravilhosa.

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Na manhã seguinte, estávamos cedo de café tomado. Não dormimos depois do frio e da bagunça com os bombeiros. Saímos cedo para o Lago de Windermere, lindo e imponente, com vários barcos flutuando entre sua paisagem enevoada, o que cria um clima delicioso nas pequenas cidades que o circundam. Fotos e mais fotos nessa região, isso era certo. Seguimos até Keswick, onde então mudamos o rumo para voltar a estrada principal, mas não sem antes passar pela Pooley Bridge, lugarejo ímpar e com outro lago bucólico. Muita beleza permanece desconhecida nos roteiros turísticos normais dos brasileiros pela Inglaterra.

Mais algumas horas de carro por estradas lindas com muitas torres de energia eólica, o que fazia contraste com as planícies maravilhosas. Chegamos à Escócia. A nossa escolha foi pela cidade de Glasgow. Achei muito interessante porque é uma cidade bem dark, inclusive nas vestimentas e no jeito das lojas decorarem suas vitrines. Muita coisa bonita, com certeza, mas cria um clima bem diferente de tudo que havíamos conhecido até agora no Reino Unido. Claro que tem seu charme como o George Square, a Catedral, a Cervejaria Tennetnt Caledoniam, o rio Clyde, People’s Park, Glasgow Royal Concert Hall e a Central Station. Andréa não gostou de quase nada no centro da cidade, nem do comércio bastante agitado e, acabou me convencendo, depois de algumas cervejas, que em vez de ficarmos duas noites na cidade deveríamos ir embora na manhã seguinte. Como já queríamos mais tempo em Londres na volta, foi fácil me convencer.

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E não é que valeu a pena? Por mais que eu até tenha me interessado por Glasgow, o que vinha pela frente era simplesmente mais maravilhoso ainda.

Primeiramente, veio o Loch Lomomd, com pousadas e restaurantes fantásticos mesclados numa vegetação de muito verde e árvores frondosas. Dirigir naquela pequena estrada era simplesmente maravilhoso e até perigoso pelo fato de sempre estarmos olhando a paisagem. Aqueles muros baixos de pedras, típicos da Escócia apareciam de forma constante, cercando as propriedades cheias de ovelhas. A cor azul dos lagos era forte e brilhante junto aos dias de sol que vivíamos. Saindo dessa região do lago começamos a subir montanhas de pouca vegetação e pedras lindas, conhecida por Highlands da Escócia. Muitos grupos de ciclistas foram vistos com grandes equipes em treinamento devido ao terreno difícil que força mais os atletas. Muitos ciclistas viajantes também. Uma verdadeira maravilha de localização, ainda mais que avistamos um local para uma parada com chocolate quente, pão recheado, queijos e outras coisas maravilhosas da região. Entramos numa fazenda após avistarmos filhotes de ovelhas perto da cerca e tiramos várias fotos com eles no colo. Muito legal esse contato com os animais.

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E a viagem não parava. Depois de passarmos por Fort William conseguimos chegar a Fort August, uma cidade maior e histórica, na entrada do Loch Ness. Ali, mais um sonho realizado. O de conhecer o lago do misterioso monstro. O forte da realeza era bastante bonito, com um museu realmente especial ligado à história da aparição do tal monstro. Tem um passeio de barco muito gostoso, embora o vento naquela região não pare. Saímos dali para aproveitar o final da tarde e noite em Inverness, a capital da Highlands escocesa. A cidade mais ao norte que fomos. Bem ao norte mesmo da Escócia. É uma cidade típica de conto de fadas, com construções lindas, um rio cortando a cidade e um castelo maravilhoso à beira do canal, causando uma calma recompensadora na alma. Tem muita cachemira legítima e ótimos restaurantes. Chegamos num final de tarde ainda com sol e a temperatura começando a cair, mas passeamos muito pela região, e aproveitamos tudo que podíamos. Ficamos numa pousada quase em frente ao Castelo de Inverness, com ele em nosso visual na janela. Na manhã seguinte, o café da manhã era muito bem servido numa sala em frente ao terraço que tinha a vista para todo o centro da cidade. O dono era o cozinheiro e ele fazia o café de cada quarto numa cozinha tipo americana, aberta para o salão, enquanto ficávamos olhando a cidade da varanda, batendo fotos, conversando com outros hóspedes ou brincado com os cachorros do hotel. De repente, a cozinha começou a pegar fogo, com labaredas enormes e o cara desanda a gritar por socorro. Com muita ajuda conseguimos apagar o incêndio ... Foi hilário depois que o sufoco passou, principalmente, lembrando da face do proprietário, no momento do pânico.

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Saímos logo após o café em direção a cereja do bolo da Escócia. O sonho de estar em Edinburgh. Como sempre faço nas viagens, tiro um roteiro meio circular para nunca passar pelo mesmo local por duas vezes. Descemos a estrada pelo leste escocês, passamos por alguns parques nada excepcionais e até meio monótonos. Mas, ao bater na nova Forth Road Bridge, com o visual da antiga ao lado e vendo Edinburgh logo à frente, tudo mudou. Que cidade linda. Jardins bem cuidados e uma mistura entre o antigo e novo perfeita. Passamos pelo Royal Botanic Garden e, logo depois, estávamos na parte antiga da cidade. Ficamos num hotel show, quase em frente ao Carlton Hill. Fui estacionar perto da estação central, porque, na Europa, a maioria dos hotéis não tem garagem própria, até por serem construções antigas. Já fiquei pensando como seria na hora de partir dalí, quando teria que levar toda a bagagem até o carro. Foi só fazer o check in e pular na rua por que tínhamos muitas coisas para conhecer naquela cidade mágica.

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Fomos direto para a parte antiga da cidade conhecer a famosa “Royal Mile”. Cheia de pubs, restaurantes e comércio. Ela vai desde o Castelo de Edinburgh, lá no alto do morro, até o Palace of Hollyroodhouse, que é o palácio de verão da realeza inglesa. Como já era à tardinha, deixamos as visitas aos locais para o dia seguinte, mas comemos bem e, como sempre, uma ótima cerveja foi servida em nossa mesa.

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Passeamos pelas ruas de Edinburgh e foi sensacional. Construções centenárias, ruas de pedras, museus incríveis, parques muito bem conservados e o tão famoso Castelo de Edinburgh, lá no alto, com uma vista deslumbrante da cidade. Ao final da rua tinha o Hollywood Park, com trilhas para outro local, uma montanha ao lado, com uma visão encantadora da cidade. Passeios incríveis e imperdíveis. Qualquer roteiro que você faça para o Reino Unido, nunca deixe de ir a Edinburgh.

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Sair dessa cidade mágica foi difícil por ser um local fantástico e que dá vontade de ficar e continuar descobrindo seus segredos. Mas viajante que se preza tem a estrada como sua missão. Partimos, já com saudades, para New Castle Upon Tyne. Cidade mais ao nordeste da Inglaterra que serviria de base inicial para nossa viagem de volta. Claro que tinham várias curiosidades. Era a cidade de um time de futebol histórico. Não poderia deixar de conhecer seu estádio, o St. James Park. Chegamos cedo e fomos para seus pontos turísticos e, mesmo com muitas ladeiras se mostrou uma cidade alegre e moderna, além de super interessante. Claro que fomos conhecer o Tyne River, sua Millenium Bridge e seus museus ao redor. A famosa Riverside com seu comercio punjante. Muitos jovens barulhentos no centro e nas imediações da New Castle University. Alguns shoppings muito modernos e feiras nas ruas onde se vendia de tudo um pouco, bem ao estilo inglês.

Na saída, fomos para onde ocorre a junção do Tyne River com o Mar do Norte. Praias muito lindas, South Shields, características ímpares da Inglaterra com rochas enormes e desfiladeiros muito lindos chegando diretamente ao mar. Seguimos a rota oceânica e tiramos fotos excelentes, até chegarmos em Sunderland.

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O bom de viajar de carro é que o roteiro vai mudando de acordo com a sua vontade e, assim, acabamos achando um lugar para almoçar simplesmente maravilhoso, chamado Whitby. Cidade antiga com ruínas de uma catedral da época romana no alto e uma montanha com a visão da cidade e da baía. O almoço também foi maravilhoso, em frente à marina da cidade. Esse lugar merecia ser mais dissecado, mas como o hotel estava em outra cidade mais ao sul, fomos embora, mesmo querendo ficar mais um pouco. Seguimos passando pela maravilhosa Robin Hood’s Bay até chegar na cidade de Scarborough.

Aqui, depois de acharmos o hotel em frente à praia, fui passear sozinho. Andréa estava cansada. Descobri, além de um centro da cidade muito bonitinho, típico de cidade pequena inglesa, um castelo histórico da cidade que dividia os lados do mar pela Marine Drive. Prá cada lado do castelo tinha a vista de uma praia. Voltando para o hotel, me lembrei que tinha que comprar uma pizza para o jantar e assim não precisar sair à noite. Parei numa pequena loja de nome italiano e arrisquei a pizza que o pizzaiollo figuraça italiano fazia. Ficamos conversando sobre o local e também pela curiosidade dele sobre onde eu morava. De repente, uma chuva despenca, típica da região, segundo ele, e acabei indo prá casa tomando o maior banho e, com o tradicional vento inglês. Cheguei ao hotel ensopado e gelado, mas a caixa de pizza resistiu e assim o jantar estava garantido.

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Agora era hora de voltar para o interior deixando o mar do Norte para trás e descobrir outras famosas cidades universitárias. A primeira parada era em York. Como era final de semana de formatura não conseguimos ficar no centro murado da cidade, mas arrumei um hotel maravilhoso não pelo quarto, mas pelo restaurante que ficava na frente. Era a cozinha para os hóspedes. Na verdade, o restaurante fez uns quartos atrás para viajantes, caminhoneiros e etc.

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Fomos a cidade bem cedo, que já estava lotada. Lugar lindo, construções maravilhosas e a York Minster, digna de ser visitada várias vezes. O centro murado muito harmonioso, ruas estreitas só para pedestres e muita música, lojas, além das festas devido as formaturas da Universidade de York. O Museu de Yorkshire, dentro de um parque lindo fica na memória de qualquer um que o visite. Nessa cidade, como em todas as visitadas nessa viagem, eles utilizam os rios que cruzam as cidades com passeios e até mesmo com transporte. Aqui era a vez do Ouse River e realmente valeu muito conhecer essa pequena e histórica cidade. Na volta ao hotel, o jantar confirmou a fama do restaurante. Sensacional carne de caça e a cerveja excelente. Até mesmo a sobremesa era especial.

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No dia seguinte, saímos para a famosa Cambridge, com os seus parques e universidades famosos. Como ainda continuavam a época de formaturas, a cidade estava entupida. Passeamos pelo seu centro contornando a Cambridge University e suas faculdades, tipo Trinnity, Magdalene, Christ’s, Claree e outros centros de estudos, seus canais com competições de remo e etc. Durante a nossa visita, ocorria uma competição de embarcações de papelão criadas pelos alunos. Muitas acabavam afundando no canal e molhando todos seus criadores que tinham que estar dentro das mesmas. Foi divertido presenciar aquela farra.

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Estava um dia muito bom, agitado, muita música nas ruas com os artistas ganhando suas moedas, mas com muita qualidade na voz e na técnica musical. À tarde resolvemos em vez de irmos para Nottingham, partir direto para Londres e aproveitar mais a capital inglesa. Assim, no caminho, decidimos ir direto para o estádio de Wembley, famoso há séculos e de vital importância no esporte britânico. O estádio é maravilhoso e imponente, mesmo após a sua reconstrução, onde permaneceram apenas as torres da entrada original. Está localizado meio ao norte de Londres, num nível mais alto que o resto da cidade, o que o torna mais espetacular ainda.

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No dia seguinte, fomos novamente ao centro de Londres e conseguimos visitar a Westminster Abbey por dentro com toda a sua imponência e com várias outras igrejas dentro dela. Dá um aspecto meio “over” pelo excesso de obras e estátuas, mas há obras imperdíveis para conhecer. Fomos também ver a troca da guarda montada da Rainha e o Household Cavalary Museum.


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Continuamos ainda com vários passeios pelo centro de Londres, nos despedindo, já que no dia seguinte iriamos passear no outro lado da cidade e deveríamos dormir no hotel dentro do aeroporto. A viagem de volta seria às seis horas da manhã. Dia seguinte fomos até o Estádio do Chelsea, importante time de Londres, onde conseguimos entrar num portão sem pedir permissão e, de repente, estávamos dentro do gramado. Aproveitamos para tirar várias fotos antes de sermos expulsos. Ainda fomos ao museu e na loja dos torcedores. Depois fomos para o centro de tênis de Wimbledon. Era a semana da abertura do famoso torneio e, por isso, já tinham vários jornalistas e jogadores juvenis treinando naquele magnífico centro esportivo. Seu museu também vale muito a pena de ser visitado. Na saída, querendo ir direto para o hotel, no aeroporto de Heathrow, o GPS deu um problema e fiquei vários minutos tentando acertar o sistema e encontrar o caminho... Alguma coisa tinha que acontecer no final dessa maravilhosa viagem... Antes fosse isso apenas mas, no dia seguinte, o voo atrasou para sair de Londres e quando chegamos em Paris para pegarmos o nosso avião de volta, ainda com o fuso horário que adiantava o relógio em uma hora, chegamos exatamente na hora do voo, sendo um dos últimos a entrar no avião, depois de correr muito pelos corredores do aeroporto Charles de Gaule... Ainda bem que o havíamos conhecido bem na chegada.

Sonho realizado e, com certeza, uma realização para qualquer um..

 
 
 

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